"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


sábado, 9 de janeiro de 2010

ESPIRITUALIDADE FEMININA E DIREITOS DAS MULHERES



FEMINISMO SEM ALMA E SEM CORAÇÃO:

Anônimo disse...
Meu Deus,é muita cheiração de pó! Se fôssemos divinas,estariamos criando cultura,política e tecnologia ao invés de perdermos tempo com futilidades.

Me sinto ofendida em saber que ao invés das mulheres se organizarem contra a cultura patriarcal,ficam se alienando com este misticismo barato.

ECOFEMINISMO/ BRUXARIA FEMINISTA:
Gaia Lil

Vamos começar pelo obvio, porque motivos uma mulher ataca outra mulher que participa de uma corrente feminina que tem crescido durante todos esses anos.
O primeiro motivo é que ela se choca com os conceitos sobre a Deusa e a Mulher, acostumada a uma ideologia patriarcal de dominação e masculinidade favorecida esta mulher, dita feminista vê como natural uma competição entre valores de feminino e masculino, lua e sol, agua e fogo, deus e Deusa ou seja ela vê a Espiritualidade Feminina como um contra corrente que dificultara o desenvolvimento do feminismo em si.
O problema é que essas mulheres usam um sistema masculino em busca de uma falsa igualdade, anulando assim os valores femininos como intuição e amorosidade, vistos como fracos e asseguradores do domínio cultural da mulher feito pelo homem.

O que ocorre a essas mulheres é elas anulam o que a de mais feminino em si mesmas para tentar entrar em igualdade com um homem, assumindo valores masculinos que no fim só nutrem a sociedade patriarcal: dinheiro e poder.
Não é desse tipo de feminismo que se baseia em valores masculinos de guerra para conseguir a igualdade que precisamos e sim de um feminismo que devolva a mulher a alma e o coração

Um feminismo que estimule os direitos não apenas sociais mas espirituais da mulher.

Porque Ela atacou a mim?

O motivo claro é porque sem duvida ela vê a Espiritualidade Feminina como um risco de alienação da mulher.
Outro engano porque a Espiritualidade Feminina além de dar alma a Mulher e a devolver a sua força primordial, cura suas chagas ( sua divisão interna entre os arquétipos da prostitua e da santa, da casada e da solteira, da mãe da concubina)
O segundo motivo, é porque eu sou uma mulher que trabalha em nome da Deusa, e divulgo a Espiritualidade Feminina.
Se eu fosse um mestre iluminado ou um daqueles trabalhadores da luz ela nem se daria conta de minha existência, mas como é um trabalho feminino realizado pela mulher e para a mulher , ela me vê como uma inimiga comportamento esse estimulado pelo patriarcado por mais de 500 mil anos e ainda presente em nossa cultura atual.

O culto a Deusa, esta muito longe de desmerecer a mulher, e retira la desta realidade aonde é necessário todo um tipo de apoio feminino.
O culto a Deusa , acredito eu tem:

Tem muito a oferecer às mulheres que lutam para liquidar aqueles estados de ânimo e aquelas motivações potentes, persuasivas e persistentes de desvalorização do poder feminino, de desconfiança na vontade feminina e de negação dos vínculos e do patrimônio cultural das mulheres que foram gerados pela cultura patriarcal. E visto que as mulheres estão lutando para criar uma cultura nova na qual são celebrados o poder, os corpos, a vontade e os vínculos das mulheres parece natural que volte à tona a Deusa como símbolo de renovada beleza, força e poder das mulheres.
(Carol Christi)

Eu também não dou apoio a uma mulher perdida e alienada na mística como acontecem com varias mulheres que adotam o sistema de espiritualidade masculina, vindos do oriente ou provenientes do Ocidente ( anjos,iluminados e mestres masculinos) que desafirmam a vida na Terra e acendem ao céu.

A Deusa é tudo e principalmente as mulheres, por isso quando lutamos pela Deusa, lutamos pelo direito das mulheres, sobre seus corpos, propriedades, cultura e sem duvida sua alma.

Enquanto não houver o despertar da Mulher Verdadeira e original que abraça os valores de igualdade da Deusa, não haverá Feminino Verdadeiro e nem o feminismo no seu sentido mias universal e igualitário.

A CULTURA DO DEUS E DO PATRIARCADO:

Fomos habituados pelo chamado pensamento ocidental a estabelecer uma clara diferença entre corpo e alma, matéria e espírito, coisa e consciência e a relacioná-los de um modo hierárquico, um dos termos sendo sempre superior ao outro e, nessa qualidade, dotado do direito de mando”. (In VON KUSS, M. 2000:93).

Um sistema de cinco mil anos, no qual o mundo foi concebido como uma pirâmide, regido do alto por um Deus masculino, com criaturas feitas à sua imagem (homens), por sua vez divina e naturalmente ordenados para governar mulheres, crianças e o resto da natureza. (EISLER, R. 1998:12).

A ESPIRITUALIDADE FEMININA O MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO DAS MULHERES:

,
“a voz feminina passou da ambição modesta de ser ouvida no espaço público a uma outra, bem mais subversiva, a de formular um outro projeto civilizatório” (OLIVEIRA, R. 1993:08)

As bruxas feministas freqüentemente vêem o conceito de matriarcado como o fortalecimento das mulheres e a valorização dos princípios femininos. Elas perguntam a si mesmas como seria sentir estar no poder e como o poder pode ser usado diferente da forma como é usado no patriarcado. As mulheres que estão dentro de grupos exclusivamente femininos estão começando a descobrir em primeira mão como o sistema feminino trabalha e como pode ser empregado como uma alternativa ao sistema masculino. Elas estão começando a formar comunidades igualitárias que operam muito diferentemente daquilo que Riane Eisler chama de “sistemas androcráticos”. De fato, os postulados feitos por Eisler em seu livro
sobre sociedades igualitárias e como elas funcionam são apoiados pelas observações de outras escritoras feministas sobre sistemas (ideais) de mulheres. E as bruxas feministas estão começando a utilizar estes sistemas em seus “covens”.

Hoje vivemos esse desequilíbrio, fruto de séculos de submissão de homens e de mulheres à estrutura patriarcal. Há autores que defendem a existência de uma estrutura matriarcal anterior ao patriarcado, há autores que preferem não ir tão longe e defendem apenas a existência de sociedades cooperativas nas quais homens e mulheres possuíam igual valor social. O fato é que hoje temos que lidar com o legado patriarcal tanto no sentido objetivo, quanto subjetivo de nossas experiências. E para que possamos fazer uma transição desta fase de desenvolvimento humano para uma outra mais justa e igualitária torna-se fundamental o resgate dos aspectos femininos submersos no útero primordial de nossa psique. (...) Ao encontrar-se com a fluidez de sentimentos presentes no feminino, a rigidez das leis masculinas pode tornar-se sensível às necessidades do Outro. Ao confrontar-se com a potencialidade criadora da Donzela, o impulso auto-centrado do Herói pode dar vida à lutas coletivas. Ao deparar-se com a generosidade da Grande Mãe, o código excludente do Pai-Celestial pode reconhecer a todos como Seus filhos.


COMO UMA BRUXA FEMINISTA VÊ A DEUSA;

A criadora do universo, mas também como destruidora, pois, no fundo, todos os atos de criação são também atos de destruição. Ela vem de muitas culturas. Ela é às vezes representada como o sol (luz) ‘ativo’ ao invés da lua (sombra) ‘passiva’. Ela é a guerreira que protege o Seu povo. Ela é Ereshkigal bem como Inanna. Ela é Kali, Ela é Venus, Ela é Freya. Todas as criaturas são Suas e a Terra é o Seu corpo. Suas energias estão ao nosso redor na forma de rios, raios e ventos, criando e destruindo constantemente.

Z Budapeste:

Políticas/ativismo como um modo de vida é importante, mas acaba com as pessoas. É onde os movimentos mais erram. Conseqüentemente, há muito trabalho e nenhum divertimento, e as pessoas voltam para casa. O que uma mulher faz depois de panfletos e tumultos e de trabalho duro? Vai beber? Fumar um “baseado”? Isto vai preencher o vazio? Dificilmente.


Eu absorvi o passado feminista, li Susan B. Anthony, mas acima de tudo me modelei segundo Elisabeth Cady Stanton, a rebelde espiritual do século 19. Sua notável vida produtiva, um milagre por si só, fascinou-me. Esta mulher gerou sete crianças e escreveu todos os discursos para Susan B., sua melhor amiga. Uma solteirona, Tia Susan cozinhava e ajudava a cuidar de muitas crianças, apenas para deixar claro, ela fez com que um ótimo discurso sobre a luta pelos direitos de voto para as mulheres fosse levado às ruas. Eu li a respeito destas mulheres que tinham trabalhado muito por um direito que as demais mulheres deveriam agradecer agora, e gradativamente comecei a perceber que eu, também, tinha um destino.

Qual era a missão? Quando todos aqueles fatores se uniram – o novo movimento de Liberação das mulheres, minhas leituras sobre o Movimento de Direitos das Mulheres, psicologia Jungiana e mitologia – eu percebi que o que o Movimento estava precisando era de uma dimensão espiritual. Nós precisavamos recuperar a Deusa para as mulheres e gerar uma nova cultura pacífica que incluísse as artes sagradas. Nós precisavamos suscitar os veneradores da natureza, devotos da Deusa, e encher essas atividades com energia. Trazer recurso para as mulheres assim como fazer das mulheres um importante recurso para o país

Esta fusão do antigo e do novo – da tradição da bruxa Européia e do feminismo do século vinte – foi uma audaciosa mistura. Isto deu dentes ao feminismo e relevância à bruxaria. Nunca houve uma bruxa feminista antes.

(enxertos do blog de Aphrodisiastes)

Feministas acadêmicas e políticas costumam temer que esta espiritualidade seja um meio de escapar, que afaste as mulheres da luta pelos direitos, já que todas as religiões que conhecem são opressivas, e não imaginam que possa existir algo diferente a isso. Porém nas três décadas do Movimento das Deusas são suficientes para comprovar a íntima relação que teceram as feministas espiritualistas entre direitos e religiosidade. Para as que celebram as deusas, os fios são entrelaçados sempre.~

(trecho de “Las mujeres de la Diosa” ,Tradução: Luciana Onofre, Texto de: Anália Bernardo)

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o seu texto. Muito esclarecedor da espiritualidade feminina.

Pena que nem todas querem (com)partilhar do amor à Deusa e assim reencontrar o amor à si mesmas, ás outras mulheres e á Terra.

Sempre busquei o feminismo, mas nunca encontrei na espiritualidade patriarcalista monoteísta eco para os meus anseios. Só me trazia mais sofrimento perceber o quanto o cristianismo, o judaísmo e o islamismo relegou a mulher a um papel de inferioridade e ainda hoje insiste em nos rotular e dividir entre santas e putas, da casa e da rua, tudo isso pra beneficio dos homens e sofrimento e opressão das mulheres.

As religiões monoteístas defendem o casamento como sagrado e colocam a mulher como sendo protegida e louvada por ele, mas hipocritamente sabem que o casamento só se sustenta com a exploração sexual de outras mulheres na prostituição e pornografia.

E usam este estigma da prostituta para domesticar as outras e mantê-las sob controle dentro do patriarcado. Insunflando rivalidades e competição entre as mulheres.

A espiritualidade da Deusa nos une e cura e nos torna irmãs na dimensão do sagrado e nos torna sagradas, pois essa mesma sacralidade nos é negada no patriarcado.

Na minha vida não concebo o meu feminismo sem o Sagrado feminino.

Tesenisis

The Eagle disse...

Salve...
sem radicalismos, sem as perigosas generalizações tto cmo no texto acima... qto neste texto (Meu Deus,é muita cheiração de pó! Se fôssemos divinas,estariamos criando cultura,política e tecnologia ao invés de perdermos tempo com futilidades. Me sinto ofendida em saber que ao invés das mulheres se organizarem contra a cultura patriarcal,ficam se alienando com este misticismo barato) e neste extrecho (Eu também não dou apoio a uma mulher perdida e alienada na mística como acontecem com varias mulheres que adotam o sistema de espiritualidade masculina, vindos do oriente ou provenientes do Ocidente ( anjos,iluminados e mestres masculinos) que desafirmam a vida na Terra e acendem ao céu)...
Deveriam, como seres libertos aki expressos em uma manifestação feminina, COMPREENDEREM QUE NÃO HÁ NECESSIDADE DE PERTENCER A ESTA OU ÀQUELA RELIGIÃO... será q não conseguem ser além destes rótulos???... libertas, sem pesos, sem idolatrias... unas ao td e por esta unção, DESPERTAS E CAPAZES DE SE LIBERTAREM DE TD UMA IDEOLOGIA REIFICADA E MANIPULADORA... P/ q tto atropelo... yin/yang são meras ilusões e ficam a se fragmentar nesta dicotomia... já basta a discriminação arraigada em tds as religiões dominantes e seitas espalhadas pelos 7 cantos concentricos de Gaia... O momentum é tão maior... o movimento é pela unificação... basta saber-se e amar-se nas delicias e nas sombras e pronto.
PS>: Sacerdotisa, pfavor, poderia gentilmente me fornecer textos seus onde é citado a águia?
sejam inteiras em suas manifestações... transparentes... sem ranços... sem rancores... e p/ quem tem a estreita visão de q entregar-se ao vôo não seja o ato mais político q possa existir... minhas lástimas... por ainda estarem tão agrilhoadas ao modus vivendi manipulador, q faz da massa humana títeres ao seu bel prazer.
Pax et lux et amor et poesia ancestral
M. (The Eagle)
.